Atualização do iOS 14 arruinou a publicidade digital? Tudo sobre o assunto
Os últimos tempos deram o que falar para o mercado de publicidade digital.
A atualização do iOS 14, o sistema operacional da Apple, permitiu aos usuários que escolhessem entre compartilharem ou não seus dados de rastreamento de ações dentro de sites e aplicativos.
A Apple defendeu que isso aumentaria a privacidade de dados dos seus usuários e até aí nenhum problema, certo?
Errado. Da perspectiva do cliente, obviamente, quanto maior a privacidade de dados melhor.
Mas do lado da publicidade…
O Facebook tentou evitar a medida, argumentou que a nova atualização, sem anúncios personalizados, prejudicaria “a chave para o sucesso dos pequenos negócios”.
Também defendeu que o compartilhamento de dados com anunciantes era essencial para dar aos consumidores "experiências melhores" de navegação.
Ainda argumentou que a Apple estaria forçando empresas de apps a procurarem fontes de receita alternativas - como assinaturas e pagamentos - das quais a Apple teria uma fatia.
Mas não teve jeito, a atualização ocorreu e atualmente todos os usuários podem optar por compartilharem ou não seus dados de rastreamento com aplicativos.
E como isso impactou o mercado de publicidade em geral?
Impactou toda a cadeia de machine learning do Facebook!
Anderson, como assim?
Basicamente, muitos dados que antes a rede social tinha acesso e utilizava para que seus anunciantes tivessem resultados otimizados agora passavam a ser limitados.
Criei este artigo para que você entenda qual foi o impacto real dessa atualização do iOS 14 no mundo da publicidade e o que está sendo feito para contornar o problema.
Por que a Apple atualizou sua privacidade de dados?
Há algum tempo já se falava sobre a importância da proteção de dados dos usuários na internet.
Em 2018, com a implementação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), o assunto começou a ser mais discutido no Brasil e muitas marcas tiveram de se adaptar por aqui.
O próprio Facebook já foi responsável por diversos vazamentos de dados de usuários, não lembra?
Em 2021, por exemplo, anunciou o vazamento de dados de cerca de 530 milhões de usuários e, em 2018, também passou por aquele escândalo da Cambridge Analytica, empresa do Reino Unido que utilizou dados pessoais de milhares de usuários da rede social para fins de propagação política, o que manchou a reputação do Facebook em relação à proteção de dados e levantou uma bandeira vermelha no mundo sobre o assunto.
A fim de proteger seus usuários em relação a isso, a Apple anunciou a atualização de proteção de dados que passou a exigir dos aplicativos da Apple Store que mostrassem um prompt de escolha de compartilhamento de dados com o aplicativo.
O que a Apple fez foi apenas mais um exemplo de diversas marcas que estão buscando gerar mais transparência de informações em relação aos seus usuários.
Além disso, a Apple sempre possuiu pouco interesse nos dados dos seus usuários, afinal, essa não é uma fonte de receita da empresa, diferentemente do Facebook, que lucra diretamente com anúncios publicitários baseados em dados.
Como a atualização do iOS 14 impactou a publicidade do Facebook?
Se você possui experiência com anúncios, já deve saber o quão importante é coletar todos os dados possíveis de usuários impactados por seus anúncios ou que acessam sua página na internet.
Quando a Apple restringiu o acesso aos dados dos clientes, isso impactou diretamente o monitoramento das campanhas, dados de conversão, remarketing e distribuição de anúncios por meio de segmentações.
E como funcionava antes da atualização?
Quando o usuário utiliza o Facebook, suas ações são monitoradas dentro e fora da rede social.
Suas ações e comportantes sãos lidos através do SDK (para aplicativos) ou pixel (para sites). Essas duas ferramentas servem para identificar o que o usuário acessou, as compras realizadas e outras informações.
Ou seja, os anúncios criados com segmentação de público são possíveis através do pixel e do SDK, que monitoram e criam públicos personalizados, fornecendo informações ao Facebook de como esses usuários se comportam digitalmente.
Agora, imagine que se a Apple dá a permissão ao usuário de restringir seu compartilhamento de dados, o SDK e o pixel não conseguirão rastrear esses dados, monitorá-los e transmiti-los à plataforma.
Ou seja, aqueles usuários que não aceitaram o compartilhamento de seus dados se tornam inacessíveis para essas duas ferramentas, limitando os dados que elas conseguirão repassar à plataforma.
Nesse sentido, houve uma redução no tamanho dos públicos disponíveis no Facebook, o que impactou campanhas de remarketing, uma vez que o pixel e o SDK não teriam acesso às informações dos usuários.
Mas o mercado se adaptou e não demorou muito para que o próprio Facebook Empresas gerasse uma série de boas práticas e configurações que visavam contornar os problemas gerados por essa mudança.
Veja quais são as sugestões no tópico a seguir:
O que fazer para se adaptar às mudanças do iOS 14?
Verifique seu domínio: para evitar interrupções em campanhas futuras, é necessário uma verificação de domínio que precisa ser realizada dentro do Gerenciador de Anúncios, na barra de tarefas à esquerda, na opção “Segurança” > “Domínio” com instruções do Facebook de como prosseguir.
Criação de novas conversões personalizadas: atualmente só é possível criar até oito eventos de conversão por domínio, que podem ser utilizados na otimização da campanha. Para criar novas conversões, vá em gerenciador de eventos > conversões personalizadas.
Configuração da Mensuração de Eventos Agregados: é possível adicionar essa mensuração em cada conversão personalizada. Basta acessar o gerenciador de eventos > conversões personalizadas, escolher o evento e configurar.
Conclusão
Mudanças nas formas de se fazer publicidade digital acontecem.
Minha sugestão é que nenhuma empresa dependa apenas de um meio de publicidade, como Facebook, para geração de campanhas pagas.
O que essa história do iOS 14 e o Facebook nos mostra é que mudanças repentinas podem ocorrer e nenhum método de publicidade será eficiente para sempre.
É necessário que a empresa possua alternativas para realização de campanhas, bem como outros canais com os quais poderá contar, para que ela não fiquem para trás quando esse tipo de alteração ocorrer no mercado.
Essa carta a geração Z é um compilado de reflexões sobre tecnologia. A transformação digital que vivemos vai muito além da Inteligência Artificial. Acho que vivemos tempos de muita desesperança, mas a verdade é que o planeta nunca enfrentou tanta bonança. Mas calma, deixa eu te explicar o porque do meu otimismo daqui a pouquinho,
Nesse estudo de Caso, você vai ver mais do que um simples compilado de estratégias. Você verá o que fizemos para esgotar os ingressos em um evento presencial de alto ticket. E claro, você pode até pensar que é simples vender eventos presenciais, ainda mais quando os nomes são conhecidos. Mas é necessário abusar de