Growth hacker é o profissional capacitado para elevar a relevância de uma empresa através de experimentos. No início dos anos 2000, o termo hacker era utilizado para se referir a infratores que cometiam crimes cibernéticos. Nos últimos anos, o termo foi ressignificado para se referir a pessoas que possuem grande conhecimento em informática e computação, e que dedicam grande parte de seu tempo com pesquisas e experimentos.
Dessa forma, passou a se popularizar profissões para hackers, e uma dessas profissões e que está em alta é a de Growth Hacking, que se refere a um marketing orientado por experimentos.
O termo foi criado por Sean Ellis, um escritor, empreendedor e investidor norte-americano. Durante sua formação, ele cursou disciplinas e fez cursos de extensão sobre comportamento do consumidor e gestão de estratégias de marketing. Em sua trajetória profissional, atuou durante muitos anos como um executivo de vendas no mercado editorial e fundou a empresa LogMeIn, de software.
O termo surgiu em 2010, quando o executivo fez um post em seu blog com a palavra “growth hacker” para se referir a um profissional orientado ao crescimento. As ações desse profissional são planejadas e executadas de acordo com seu potencial de impacto, e no quanto um negócio poderia crescer de forma escalável com essas ações.
O que faz o profissional Growth Hacker?
Considerada como abordagem mais científica do marketing, o Growth Hacker tem a função de rever e testar estratégias para fazer um negócio crescer a partir de experimentos. Não basta apenas ter conhecimentos técnicos ou conceituais de marketing, o profissional precisa ir além para atingir esse nível de empirismo, ou seja, de ser capaz de conduzir na prática experimentos para testar hipóteses formuladas.
A equipe de growth hacking é responsável por pensar e planejar novas formas de divulgar um produto ou marca. E mais do que pensar em quais as estratégias devem ser utilizadas, ele irá testar na prática se essas estratégias funcionam, e por isso vai além das técnicas do marketing tradicional.
Quando as ideias para a divulgação são criadas, hipóteses são geradas sobre o que pode dar certo e irá surtir maiores resultados para os consumidores. Experimentos são conduzidos com amostras de consumidores, e até mesmo a escolha dos participantes do experimento podem seguir seleção criteriosa para dar maior robustez ao estudo.
As análises dos dados precisam ser feitas de forma sofisticada, podendo contar com apoio de softwares como SPSS ou R. Sean Ellis, criador do termo, que atualmente presta consultorias sobre o assunto para empresários, destaca a importância de se fazer boas análises de dados.
Isso porque, segundo ele, muitas empresas analisam dados de forma superficial e sem seguir uma técnica adequada, o que faz com que certos resultados sejam baseados apenas em achismos.
A metodologia experimental é um método científico que visa testar hipóteses através de pesquisas conduzidas em ambiente de laboratório, cuidadosamente planejada para testar a reação de um grupo de indivíduos ao serem expostos a um estímulo. Um estímulo pode ser um produto, uma embalagem, uma promoção, entre outros.
Quais habilidades deve ter o Growth Hacker?
O profissional que deseja trabalhar na área de Growth Hacker precisa ter conhecimentos sobre psicologia do consumidor, tecnologia e principalmente da metodologia experimental. A psicologia do consumidor é responsável por estudar os hábitos dos consumidores antes, durante e após a compra.
Entre as habilidades pessoais que se é esperada de um profissional growth hacker, destaca-se o pensamento analítico, comunicação e curiosidade. É preciso estar sempre atento a novas tendências do mercado e aberto para testar novas ideias, possibilidades e divulgação da marca.
Para se tornar um growth hacker, não precisa ser especialista em uma área específica. Profissionais de diversas áreas podem complementar sua formação e, em empresas que já adotam este cargo, é comum ver programadores, analistas de dados, redatores e designers nessa função.
Gostar de números e de analisar resultados é outra habilidade essencial para se tornar um growth hacker. Saber executar testes A/B é um requisito, para isso, existem cursos de curta duração que oferecem esse treinamento.
A boa comunicação também é essencial para este profissional, que terá contato constante com o público consumidor, com outros profissionais da equipe e com gestores da organização.
Já entre as habilidades técnicas, existem diferentes competências que vão desde conhecimentos mais básicos, até conhecimentos mais específicos dentro do marketing. Não é necessário que o profissional de growth hacker domine todas elas, mas é interessante que se especialize em algumas.
Entender sobre psicologia do consumidor, sobre a condução de experimentos em ciências sociais, saber sobre branding e posicionamento da marca são alguns temas importantes para a carreira do profissional. Para entender a tomada de decisão de um consumidor, o Growth Hacker precisa conhecer algumas teorias e conceitos relacionados a motivação, aprendizado, atitude, percepção e memória dos consumidores.
De acordo com os requisitos da vaga, conhecimentos básicos sobre HTML e CSS podem ser exigidos, além de domínio sobre e-mail marketing, otimização de conversões, anúncios pagos, entre outros mais específicos.
Porque a tendência futura de crescimento do profissional Growth Hacker nas empresas?
Na última década, diversos profissionais começaram a aderir ao uso do termo e a se referir ao growth hacking como uma estratégia para fazer uma empresa crescer. As empresas, em especial as startups, começaram a criar uma área específica de growth hacking em suas organizações, geralmente dentro da equipe de marketing.
O profissional que executa essas atividades, chamado de growth hacker passou a ser bem visado. \empresas como Dropbox e Eventbrite se empenharam para criar uma estrutura e contratar profissionais capacitados para atuar nessa função em suas respectivas empresas.
A tendência é que cada vez mais empresas busquem por esse tipo de profissional, pois com essa metodologia, as organizações conseguem encontrar fragilidades do negócio e trabalhar na elaboração de estratégias mais eficientes em curto prazo, o que garante o maior crescimento da empresa.
A partir da formulação de hipóteses e a comprovação ou não dessas hipóteses através de experimentos, os esforços da empresa são direcionados para ações mais eficazes e com mais chances e garantias de sucesso.
4 Dicas de como ser um growth hacker
Para se tornar um Growth Hacker, é necessário que o profissional tenha uma visão orientada para a identificação de problemas. Trabalhar com criação de ideias, execução e análise de performance são passos essenciais.
Para fazer bons experimentos, é necessário ter hipóteses bem formuladas, e para isso, ser capaz de participar e conduzir uma sessão de brainstorming entre a equipe pode se tornar um diferencial. Confira algumas dicas para se tornar um growth hacker:
Aprenda sobre psicologia do consumidor
Como mencionado anteriormente no texto, a psicologia do consumidor se preocupa em estudar e entender a jornada de compra dos clientes de uma empresa. Entender o que motiva um consumidor e como funciona o seu processo de tomada de decisão, são essenciais no momento de formular estratégias para se atingir um determinado público alvo.
Existem diversos livros sobre o assunto que podem ser encontrados facilmente em livrarias, além de canais do YouTube que explicam diversos conceitos da psicologia aplicados aos consumidores de forma rápida e objetiva.
Entenda sobre experimentos e hipóteses
O experimento é um dos métodos mais utilizados em pesquisas científicas, pois é o único método capaz de inferir relação de causa e efeito. Em outras palavras, é um método capaz de comprovar se algo está diretamente relacionado a outra coisa, por exemplo, a cor de fundo de um anúncio faz as pessoas clicarem mais nele?
Esse questionamento seria uma hipótese. Para saber se essa hipótese é verdadeira, um teste com diferentes cores de fundo de um mesmo anúncio poderia ser feito, para dessa forma saber se existe alguma cor que induz os consumidores a clicarem mais nele.
Para aprender mais sobre experimentos, é recomendado que se estude mais sobre testes A/B. Uma sugestão é ler cases sobre outros experimentos, para entender como eles funcionam na prática.
Existem vários casos sobre experimentos em marketing disponíveis na internet, em artigos científicos no Google Scholar que são inteiramente relatos de experimentos conduzidos por pesquisadores com consumidores reais.
Domine a análise de dados
Um bom Growth Hacker precisa entender sobre análise de dados e compreender as métricas que serão utilizadas pela empresa. Um exemplo são as mídias sociais, onde cada rede social tem uma métrica específica que deverá ser compreendida e analisada pelo profissional.
Algumas dessas métricas dizem respeito à quantidade de visualizações de cliques que o usuário tenha feito em determinado anúncio, tempo de permanência em uma página, taxa de conversão, entre outras.
Para análises mais sofisticadas, algumas empresas utilizam testes estatísticos mais robustos, como teste t, anova e regressão, que podem ser feitos no Excel a depender de como se realizou o experimento. Alguns dados requerem uma análise mais aprofundada, o que demanda a utilização de softwares mais específicos, como o R e SPSS.
Ser curioso
Estar atento quanto às novidades no mundo dos negócios e as necessidades dos consumidores é requisito fundamental de um profissional de Growth Hacker. Pensar rápido, ter sempre novas ideias e buscar constantemente por inovações são características pessoais que as empresas buscam deste profissional.
É preciso ser proativo e a depender das demandas que surgirem na empresa, buscar novos conhecimentos, ser capaz de buscar soluções e resolver problemas é um pré-requisito.
Um profissional precisa ter em mente que dentro de uma equipe de Growth Hacking, diversos conhecimentos e competências podem ser exigidas, a depender das necessidades da empresa.
Não é necessário dominar todas as habilidades que constituem um bom Growth Hacker, mas é importante saber que cada equipe poderá exigir um conhecimento específico do profissional, que caberá a ele estar atualizado quanto às demandas de mercado.